quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Distante obrigado


A intensidade de um só momento poderá cravar marcas eternas na vida. O deslumbramento, a ânsia e a esperança retornam com toda a sua pompa e circunstância. De imediato tudo desvanece, onde nem possível fora saborear, legitimamente. Fizeste-me feliz, essencialmente pelas palavras proferidas, honestamente comprovadas pelo brilho, sinceridade e doçura dos teus olhos. E esse teu petrificante sorriso?! Quebrei barreiras, quebrámos barreiras. 
Obrigado por me fazeres feliz, obrigado pela naturalidade, obrigado por existires e obrigado por permitires sentir-me teu, pois meu serás sempre! 

Devan

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Perpétua



Motivação ausente, ânsia inexistente. Percalços consecutivos em dimensões tais, que impedem o recordar do que outrora fora prioritário. Uma dor mimetizada, quase esquecida, pela sua assídua presença. Uma latejante vontade de (re)acreditar no que jamais deixará de ser uma fábula: construída, pensada, alinhavada ao auge da pormenorização. Na realidade comandas a vida, sonho. A minha vida! Sorrio, choro e viajo, ao invés da excruciante pretrificação que me drena e arrefece. 
Pior do que aquele que não é amado, é aquele que não ama. Talvez não tenha de existir reciprocidade...

Perpetuarás, Utopia...!


Devan

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A Culpa é das Estrelas


Nunca o fiz, mas a necessidade que me assola actualmente, impulsionou-me a fazê-lo. Vi hoje, pela primeira vez, o filme "A culpa é das estrelas" (título original: "The fault in our stars"), pelo simples facto de me ter apetecido ver um romance e este se ter denotado na pequena lista que tinha à disposição. Fica de seguida, a minha apreciação.  

Uma vontade inexplicável de o rever pela re-interpretação ansiada, dada a intensidade com que fora transmitido e, indubitavelmente, captado. Considerava ir de encontro a mais um clichè, mais uma remessa de “amor em fase terminal de vida”. Certamente que, ainda assim, não o deveria banalizar, mas provocaram-me excessivas vezes, diga-se. 

Sabia, de antemão, que iria assitir a um romance e, dessa forma, iniciei-me a identificar os protagonistas, para que se iniciasse o processo de rotulagem e se concluísse a existência, ou não, de vontade em continuar a assistir. Felizmente não desviei o olhar, pois acabaram por ser as duas horas mais, exaustivamente, marcantes da minha vida. 

Dois meros adolescentes, que pelas adversidades da vida foram forçados a crescer de um modo que envergonha qualquer adulto com laivos de presunção. Diálogos que roçam a descredibilização, pela sua assertividade, segurança e linearidade. Uma empatia difícil de ser adjectivada, pela intensidade com que fora demonstrada, onde uma simples troca de olhares intimidava quem os assistia. 

O sofrimento não foi um único momento pontual, mas uma parafernália de episódios que nos aproximam da vida real, igualmente repleta de inúmeras circunstâncias que nos provocam dor. Dor, que constantemente tentou sobrevalorizar-se, foi derrubada, implacavelmente, pelo amor. Um amor que eu próprio desconhecia, nem a minha imaginação se atrevera a voar tão alto, pela incapacidade de vislumbre e, consequente, concretizaçao. A inexistência da dor não teria dado origem ao amor, onde se uniram até à (literal) morte.

Ensinamentos despidos de materialismo, de enfeites, de despropósitos, nus, crus, frios, literais, rectos e inteligentes de quem, simplesmente, não tem tempo. Afirmar que seria um privilégio o seu coração ser quebrado por quem gosta, não é desespero, é amar sem ter tempo de o fazer. É medo, volubilidade, insegurança, é VIDA! 
A capacidade de auto destruição que o ser humano possui é inquantificável, lembrando-se somente de usufruir do que o rodeia, quando se sente ameaçado, instável, perdido…! 

Aprendi! Aprendi a aproveitar a minha vida ao máximo, pois na realidade, a única certeza que possuo, é o facto de estar vivo. Ignorar problemáticas superficiais, dramas despicientes, dores de cabeça poupadas. 

Utopia, ou não, prefiro morrer no vazio de não ter tido, do que perder a esperança de ter. 

Obrigado!

Devan

sábado, 19 de julho de 2014

Auto-consciencialização

Encerra-se um capítulo onde a turbulência se apresentou como uma das suas maiores características. Segue-se a mudança: drástica, rápida e implacável. A continuidade presencial dependerá da compreensão e do esforço, num puro acto singular de altruísmo que, obrigatoriamente, terá de unir forças ao ego que vigora.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Lascívia esperança


Vida cruel que diariamente nos apresentas obstáculos, camuflados por ânsias desmedidas cujo o próprio organismo se esfalfa para as esconder, em auto-defesa e indução de auto domínio, por temor ao descontrolo e despiste pluralista.

Sádico retorno, impulsionador de um masoquismo psíquico que ultrapassa o irreal, o impossível... 
Uma infinidade de acontecimentos surgem diante de mim, num universo intocável e inalcançável. Contudo, torna-se prazerosa, libertadora e, simultaneamente, apaziguadora esta viagem extra dimensional em que me sinto completo. Por muito que a auto consciencialização de tal lacuna exista, cimentada pela delonga temporal, não passarão de justificações para uma eterna repressão. 

O povo, na gíria, afirma que basta desejar algo com veemência para o conseguir alcançar, no entanto, tal empirismo está errado; o desejo terá de vir acoplado à crença de conquista, sendo o seu acesso, irrevogavelmente, satírico. Dispensam-se opiniões onde constem as palavras "confiança", "auto estima", "segurança" e "fé". Chega de demagogias! Basta de citações Sparkianas, valendo tanto como a capacidade literária do seu criador: zero! 

Povo vergonhoso, pequeno, entorpecido, inerte, acéfalo, simplesmente pela incapacidade de observarem com lucidez o seu próprio reflexo. Cegos!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Insânia desejada


Há minutos apelidava-o de entorpecimento cognitivo, considerando a sua real existência, actualmente. Esforço-me para não pensar em ti, sob consequência de o meu estado se alastrar a níveis magnânimos de insanidade mental. Contudo, a fortaleza desaba assim que uma imagem tua me assalta. Sinto-me fraco, inerte, petrificado, com um leve toque de ridicularização e ensandecimento. A tua normalidade e o modo como te camuflas na sociedade, apresentam-se como razões principais para o que nutro por ti. O teu sorriso drena-me a um ponto literalmente assistólico, onde a suposta linearidade é substituída por um vazio, onde o futurismo é comédia por nem miragem se poder intitular. Desejo-te de um modo, inconcebivelmente, inimaginável, onde qualquer tentativa de exteriorização verbal será em vão, correndo o risco de piorar a minha qualidade literária, pela exacerbação de advérbios e adjectivos que momentaneamente me ocorrem, dispensando que tais linhas se tornem numa salada ortográfica.
Temo que o conhecimento nos atraiçoe e que o toque nos afugente. Deixemos que as palavras nos continuem a unir. Quero continuar a amar-te, mesmo que o platonismo não deixe que nos olhemos.

Devan

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ânsias Viajantes

Acordei e o céu ainda se encontrava de cor negra. Optei por me levantar, para que pudesse fumar um cigarro, aproveitando para me deixar levar pela brisa da noite, onde a minha racionalidade se encontra plenamente entrelaçada com a imaginação. Acendo o cigarro, sento-me na usual cadeira de verga com vista para o exterior e só consigo vislumbrar o teu rosto a esboçar o sorriso doce que tanto te caracteriza. Volto para a cama, onde te encontras num sono profundo, quase imaculado. Deito-me, calmamente, evitando que acordes e decido olhar-te, embalado pelo som da tua respiração. Da serenidade que expiras, inspiro admiração.

Tento alcançar-te, somente para que as nossas energias se unam e o calor que emanas me devolva o sono que, impunemente, me retiraste. Chego à tua mão, longa e delgada; de imediato te mexes, não sei se por coincidir com o teu sonho actual, ou pela magnanimidade da energia que te transferi; sinto-a a percorrer-me no sangue, como se latejasse em cada capilar sanguíneo dos milhões que percorrem o meu corpo. Abres e fechas os olhos num único segundo, contudo imediatamente após, abre-los, sabendo que te mirava, e fixas-me. Após o aperto lancinante sentido, deixo-me levar. Não imaginas o que os teus olhos transmitem, pois não? Contudo, hoje encontram-se com um brilho diferente, mais opaco, conivente, assertivo, penetrante... de desejo!

Levas a minha mão numa viagem à descoberta do teu corpo despido; percorro os teus braços fortes, o teu peito, descendo ao longo de toda a linha média abdominal, retrocedes e colocas os meus dedos na tua boca, humedecendo-os o suficiente para que te acaricie os mamilos. O teu corpo contrai em consonância com um gemido suave. Num acto único puxas-me contra ti; estás ofegante e beijas-me agarrando-me no cabelo. Só consigo inspirar o ar que expiras, sendo o Oxigénio despiciente entre nós. Encontras-te no teu auge de excitação e levas-me por lugares que desconhecera até então. Coordenamos movimentos e a dor sentida é transmutada em prazer, gemidos de pura degustação. Apertas-me contra ti, as veias dos teus braços explodem; cravo as minhas unhas nas tuas costas, agora repletas de sangue, neste prazer agoniante que nos une. As nossas bocas são inseparáveis, magnéticas; mordo os teus lábios, percorro o teu pescoço, envolvidos numa sonoridade praticamente mecanizada, mas real, REAL! Aceleram-se movimentos, despistam-se respirações, colidem emoções, GRITA-SE desejo e... “AMO-TE”!

Sinto uma dor pungente nos dedos e levanto-me num sobressalto. Deixara que o cigarro ardesse, queimando-me. Acendo outro e com um sorriso retorno a sentar-me e concluo o quão sumarenta é a imaginação. Inspiro o ar fresco que me acaricia e apago o cigarro. É hora de voltar para a cama, fria e vazia. Estas insónias dão cabo de mim!

Devan