quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ânsias Viajantes

Acordei e o céu ainda se encontrava de cor negra. Optei por me levantar, para que pudesse fumar um cigarro, aproveitando para me deixar levar pela brisa da noite, onde a minha racionalidade se encontra plenamente entrelaçada com a imaginação. Acendo o cigarro, sento-me na usual cadeira de verga com vista para o exterior e só consigo vislumbrar o teu rosto a esboçar o sorriso doce que tanto te caracteriza. Volto para a cama, onde te encontras num sono profundo, quase imaculado. Deito-me, calmamente, evitando que acordes e decido olhar-te, embalado pelo som da tua respiração. Da serenidade que expiras, inspiro admiração.

Tento alcançar-te, somente para que as nossas energias se unam e o calor que emanas me devolva o sono que, impunemente, me retiraste. Chego à tua mão, longa e delgada; de imediato te mexes, não sei se por coincidir com o teu sonho actual, ou pela magnanimidade da energia que te transferi; sinto-a a percorrer-me no sangue, como se latejasse em cada capilar sanguíneo dos milhões que percorrem o meu corpo. Abres e fechas os olhos num único segundo, contudo imediatamente após, abre-los, sabendo que te mirava, e fixas-me. Após o aperto lancinante sentido, deixo-me levar. Não imaginas o que os teus olhos transmitem, pois não? Contudo, hoje encontram-se com um brilho diferente, mais opaco, conivente, assertivo, penetrante... de desejo!

Levas a minha mão numa viagem à descoberta do teu corpo despido; percorro os teus braços fortes, o teu peito, descendo ao longo de toda a linha média abdominal, retrocedes e colocas os meus dedos na tua boca, humedecendo-os o suficiente para que te acaricie os mamilos. O teu corpo contrai em consonância com um gemido suave. Num acto único puxas-me contra ti; estás ofegante e beijas-me agarrando-me no cabelo. Só consigo inspirar o ar que expiras, sendo o Oxigénio despiciente entre nós. Encontras-te no teu auge de excitação e levas-me por lugares que desconhecera até então. Coordenamos movimentos e a dor sentida é transmutada em prazer, gemidos de pura degustação. Apertas-me contra ti, as veias dos teus braços explodem; cravo as minhas unhas nas tuas costas, agora repletas de sangue, neste prazer agoniante que nos une. As nossas bocas são inseparáveis, magnéticas; mordo os teus lábios, percorro o teu pescoço, envolvidos numa sonoridade praticamente mecanizada, mas real, REAL! Aceleram-se movimentos, despistam-se respirações, colidem emoções, GRITA-SE desejo e... “AMO-TE”!

Sinto uma dor pungente nos dedos e levanto-me num sobressalto. Deixara que o cigarro ardesse, queimando-me. Acendo outro e com um sorriso retorno a sentar-me e concluo o quão sumarenta é a imaginação. Inspiro o ar fresco que me acaricia e apago o cigarro. É hora de voltar para a cama, fria e vazia. Estas insónias dão cabo de mim!

Devan

1 comentários:

Anónimo disse...

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