quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A Culpa é das Estrelas


Nunca o fiz, mas a necessidade que me assola actualmente, impulsionou-me a fazê-lo. Vi hoje, pela primeira vez, o filme "A culpa é das estrelas" (título original: "The fault in our stars"), pelo simples facto de me ter apetecido ver um romance e este se ter denotado na pequena lista que tinha à disposição. Fica de seguida, a minha apreciação.  

Uma vontade inexplicável de o rever pela re-interpretação ansiada, dada a intensidade com que fora transmitido e, indubitavelmente, captado. Considerava ir de encontro a mais um clichè, mais uma remessa de “amor em fase terminal de vida”. Certamente que, ainda assim, não o deveria banalizar, mas provocaram-me excessivas vezes, diga-se. 

Sabia, de antemão, que iria assitir a um romance e, dessa forma, iniciei-me a identificar os protagonistas, para que se iniciasse o processo de rotulagem e se concluísse a existência, ou não, de vontade em continuar a assistir. Felizmente não desviei o olhar, pois acabaram por ser as duas horas mais, exaustivamente, marcantes da minha vida. 

Dois meros adolescentes, que pelas adversidades da vida foram forçados a crescer de um modo que envergonha qualquer adulto com laivos de presunção. Diálogos que roçam a descredibilização, pela sua assertividade, segurança e linearidade. Uma empatia difícil de ser adjectivada, pela intensidade com que fora demonstrada, onde uma simples troca de olhares intimidava quem os assistia. 

O sofrimento não foi um único momento pontual, mas uma parafernália de episódios que nos aproximam da vida real, igualmente repleta de inúmeras circunstâncias que nos provocam dor. Dor, que constantemente tentou sobrevalorizar-se, foi derrubada, implacavelmente, pelo amor. Um amor que eu próprio desconhecia, nem a minha imaginação se atrevera a voar tão alto, pela incapacidade de vislumbre e, consequente, concretizaçao. A inexistência da dor não teria dado origem ao amor, onde se uniram até à (literal) morte.

Ensinamentos despidos de materialismo, de enfeites, de despropósitos, nus, crus, frios, literais, rectos e inteligentes de quem, simplesmente, não tem tempo. Afirmar que seria um privilégio o seu coração ser quebrado por quem gosta, não é desespero, é amar sem ter tempo de o fazer. É medo, volubilidade, insegurança, é VIDA! 
A capacidade de auto destruição que o ser humano possui é inquantificável, lembrando-se somente de usufruir do que o rodeia, quando se sente ameaçado, instável, perdido…! 

Aprendi! Aprendi a aproveitar a minha vida ao máximo, pois na realidade, a única certeza que possuo, é o facto de estar vivo. Ignorar problemáticas superficiais, dramas despicientes, dores de cabeça poupadas. 

Utopia, ou não, prefiro morrer no vazio de não ter tido, do que perder a esperança de ter. 

Obrigado!

Devan

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