
Desconheço o significado.
Imagino a sensação.
Nunca o proferi.
Não tenho pressa.
Serei capaz?
Mas...
Olho-te nos olhos. Mais um olhar, como tantos outros que me fazem prolongar um rosto no meu pensamento. Apenas mais uma vez, deixando de acreditar que foi mais do que um simples olhar.
(Porquê começar por aqui? O início poderia ser variável?)
Sorrio. Sorrio como sempre. A minha imaginação já vai tão longe que expludo num sorriso real puramente fictício. Ao acordar vejo que ainda aí estás, fitando-me, por vezes. Retribuo, como é frequente, já pronto para que tudo desapareça mais depressa do que começou e conclua que nada foi mais do que uma miragem. As pessoas vão desaparecendo, começando a haver uma certa desertificação. A tua presença começa a incomodar-me. O teu rosto não se cruzara novamente com o meu. O medo em olhar-te começava a apoderar-se de mim, só desejando desaparecer dali.
(Mais uma vez...!)
Apresentava-me cabisbaixo, tentando fixar as minhas pernas, os joelhos, as sapatilhas ou algo que não demonstrasse o meu nervosismo, e não desse a entender a minha estupidez crónica, tentando parecer um ser humano normal no seu rotineiro quotidiano. Ainda faltavam 2 dezenas de minutos e eu desesperava, apesar de considerar que já o disfarçava muito melhor. Optei por erguer o pescoço, virando-o para a janela à minha direita que, visto ser noite, apenas se via o meu reflexo e cadeiras vazias, mas... Olhavas-me fixamente...!
Num acto infantilmente reflexivo e extremamente veloz, tornei a olhar para o chão. Notei que esboçaste um ténue sorriso, tentando não imaginar a razão. Ficava cada vez mais nervoso, ansiando que o meu destino chegasse depressa, esperando ouvi-lo, visto a minha visão estar centrada no fabuloso pavimento que me sustentava. Parou novamente. A porta frontal abriu-se, fazendo-se notar a noite fria que me aguardava. Alguém se sentara à minha frente, provavelmente quem tinha acabado de entrar.
O meu fabuloso telemóvel, que possui um grande sentido de oportunidade, tocou (e logo hoje que estava com som). Ergui a cabeça, de forma a retirá-lo da minha mala, pousada à minha esquerda. Imediatamente reparo que já não estás no lugar onde me olharas. Por momentos o facto de toda a vergonha, sentida anteriormente, ter desaparecido faz-me sentir aliviado. Pego, entretanto, no telemóvel que não parara de tocar.
"Estou, diz!".
Ao dizer tal coisa, cai-me o coração (quase que ía também o telemóvel) quando, ao elevar a cabeça, reparo que estás mesmo à minha frente. (Afinal não foste embora, afinal a porta que abriu foi para alguém sair e não para entrar. Vieste para aqui porquê? Isto vai praticamente vazio, existem dezenas de possibilidades.)
"Ok! Beijo, até já!"
Só pensava o que fazer agora! Continuar fingindo que falava ao telemóvel até ser altura de sair? Não! Já me tinha despedido. Só me restava pousar o telemóvel e continuar cabisbaixo, até ouvir a "minha querida amiga" gritando a minha paragem.
(...)
Imagino a sensação.
Nunca o proferi.
Não tenho pressa.
Serei capaz?
Mas...
Olho-te nos olhos. Mais um olhar, como tantos outros que me fazem prolongar um rosto no meu pensamento. Apenas mais uma vez, deixando de acreditar que foi mais do que um simples olhar.
(Porquê começar por aqui? O início poderia ser variável?)
Sorrio. Sorrio como sempre. A minha imaginação já vai tão longe que expludo num sorriso real puramente fictício. Ao acordar vejo que ainda aí estás, fitando-me, por vezes. Retribuo, como é frequente, já pronto para que tudo desapareça mais depressa do que começou e conclua que nada foi mais do que uma miragem. As pessoas vão desaparecendo, começando a haver uma certa desertificação. A tua presença começa a incomodar-me. O teu rosto não se cruzara novamente com o meu. O medo em olhar-te começava a apoderar-se de mim, só desejando desaparecer dali.
(Mais uma vez...!)
Apresentava-me cabisbaixo, tentando fixar as minhas pernas, os joelhos, as sapatilhas ou algo que não demonstrasse o meu nervosismo, e não desse a entender a minha estupidez crónica, tentando parecer um ser humano normal no seu rotineiro quotidiano. Ainda faltavam 2 dezenas de minutos e eu desesperava, apesar de considerar que já o disfarçava muito melhor. Optei por erguer o pescoço, virando-o para a janela à minha direita que, visto ser noite, apenas se via o meu reflexo e cadeiras vazias, mas... Olhavas-me fixamente...!
Num acto infantilmente reflexivo e extremamente veloz, tornei a olhar para o chão. Notei que esboçaste um ténue sorriso, tentando não imaginar a razão. Ficava cada vez mais nervoso, ansiando que o meu destino chegasse depressa, esperando ouvi-lo, visto a minha visão estar centrada no fabuloso pavimento que me sustentava. Parou novamente. A porta frontal abriu-se, fazendo-se notar a noite fria que me aguardava. Alguém se sentara à minha frente, provavelmente quem tinha acabado de entrar.
O meu fabuloso telemóvel, que possui um grande sentido de oportunidade, tocou (e logo hoje que estava com som). Ergui a cabeça, de forma a retirá-lo da minha mala, pousada à minha esquerda. Imediatamente reparo que já não estás no lugar onde me olharas. Por momentos o facto de toda a vergonha, sentida anteriormente, ter desaparecido faz-me sentir aliviado. Pego, entretanto, no telemóvel que não parara de tocar.
"Estou, diz!".
Ao dizer tal coisa, cai-me o coração (quase que ía também o telemóvel) quando, ao elevar a cabeça, reparo que estás mesmo à minha frente. (Afinal não foste embora, afinal a porta que abriu foi para alguém sair e não para entrar. Vieste para aqui porquê? Isto vai praticamente vazio, existem dezenas de possibilidades.)
"Ok! Beijo, até já!"
Só pensava o que fazer agora! Continuar fingindo que falava ao telemóvel até ser altura de sair? Não! Já me tinha despedido. Só me restava pousar o telemóvel e continuar cabisbaixo, até ouvir a "minha querida amiga" gritando a minha paragem.
(...)
0 comentários:
Enviar um comentário