sexta-feira, 2 de março de 2012

Incineração emocional




O entorpecimento cognitivo é só um dos efeitos colaterais do tortuoso trilho que me espera dada a minha decisão plenamente masoquista e ignóbil. Irei esvair-me lenta e dolorosamente. Tens um efeito metastizante sublime, sinónimo de uma dor cruciante que me induzirá à morte. És cancro!

A tua fraqueza agonia-me; vomito força.
A tua inconstância fere-me; sangro segurança.
O teu medo enoja-me; escarro intrepidez.

Não que sejas indestrutível, mas a irracionalidade petrifica-me, impossibilitando-me de te salvar dessa bolha impenetrável. Bastava que me desses a mão e me convidasses a entrar, deixando-me agir.

Amo-te de um modo inimaginavelmente belo;
Amo-te pela efabulação criada;
Amo-te pelo platonismo;
Amo-te pela tenuidade palpável;
Amo-te porque te amo e amo poder amar-te.

As minhas ânsias desvaneceram-se, os meus desejos deixaram de fazer sentido, tentarei somente sobreviver, enquanto me sugas toda a alma e te deleitas com o sangue que me corre nas veias. Encara-o como um presente, usufrui!
Por fim, a cinzas me reduzirás. Inala-as de uma vez, deixa que o corpo corroa e que a dor te consuma magnanimamente! Sofre! Morre!
Anda, junta-te a mim, as nossas almas estão ilesas.

Agora sim, podemos ser felizes. Amo-te tanto, meu amor!

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